Programação das Oficinas e Minicursos

MINICURSOS – 20,21 e 22, das 13h30 às 15h00

 MC1 – Alquimia: uma visão junguiana

 20 e  21 de novembro de 2017, Sala Hary Laus, Biblioteca Central

22 de novembro de 2017, Sala 321, Bloco B, Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

 Ministrante: Ricardo Assarice dos Santos (Graduação em Psicologia/Univ. Presbiteriana Mackenzie)

Resumo: Desde o zen budismo, o Egito, e até a época medieval, transformar metais brutos em ouro e obter a preciosa Pedra Filosofal através da manipulação dos elementos presentes na natureza, a chamada Opus Alquimica, fora um dos principais objetivos dos alquimistas. Percebendo a simetria entre as operações Alquímicas, suas imagens e a psique, C. G. Jung dedicou grande parte dos seus estudos pesquisando essas complexas relações – essenciais para a constituição de sua Psicologia Analítica. O objetivo deste curso é introduzir os conceitos chaves da Psicologia Analítica e corroborá-los com o simbolismo alquímico, proporcionando para seus estudantes a possibilidade de redescobrir e transformar seu universo interno. Este MC pretende apresentar no 1º dia aspectos ligados à história de Jung e a Alquimia; em seu 2º dia, os principais conceitos de psicologia analítica; e em seu 3º dia, os principais conceitos e símbolos alquímicos e suas respectivas correspondências psicológicas.

MC2 – A religião na contemporanei-dade e a ótica da Psicologia  [CANCELADO]

 20, 21 e 22 de novembro de 2017, Sala 213, Centro Socioeconômico (CSE)

 Ministrante: Sandra Maria Krindges (Mestre pela Universidade de Caxias do Sul)

 Resumo: Partindo-se do lugar e da importância da religião na vida humana, bem como das transformações ocorridas no campo religioso na pós-modernidade, a presente proposta de minicurso visa abordar reflexões pertinentes desse cenário a partir do olhar da psicologia. Nesse sentido, a partir da psicologia profunda, com a psicanálise freudiana, busca-se adentrar os principais textos de Freud, em que a crítica freudiana à religião pode ser relacionada, dentre outros aspectos, ao cenário contemporâneo de baixa tolerância às frustrações e, por conseguinte, ao fenômeno do trânsito religioso. A partir da análise de algumas das transformações ocorridas nesse campo, a proposta visa, igualmente, reconhecer, a partir das perspectivas de algumas das escolas com as quais trabalha a psicologia da religião, o significado e o lugar da religião e da religiosidade para o ser humano e, a partir dessa ótica, o lugar que ocupa e o papel que a religião exerce. Trata-se, pois, de um campo de conceitos e aplicabilidade consistentes no cotidiano da vida, bem como abre vertentes de discussões acerca de sua influência sobre a saúde mental. Um ambiente de estudos e troca, portanto, e de crescentes ressignificações e estímulos a análises.

MC3 – Diversidade religiosa e cultural no Brasil e na história da civilização islâmica

 20 de novembro de 2017, Sala 111, Centro Socioeconômico (CSE)

21 de novembro de 2017, Auditório do Colégio de Aplicação da UFSC

22 de novembro de 2017, Sala 207, Centro Socioeconômico (CSE)

 Ministrante: Sheikh Ragip al-Jerrahi

Resumo: Liberdade de crença, diversidade cultural, violação de direitos, legislação brasileira, civilização islâmica, seus fundamentos e sua contribuição histórica à diversidade. A justificativa do curso é: Exclusão e radicalismo iniciam fase de ascensão, configurando tendência de retrocesso. Salutar, então, examinar a situação em nosso país e resgatar valores e princípios que conduzem à valorização e enriquecimento da experiência humana. A civilização islâmica foi exemplar neste aspecto, valendo reconhecer e resgatar esta vocação. O objetivo do curso  é situar a liberdade de crença como direito humano fundamental e diversidade cultural como elemento gerador de riqueza e desenvolvimentos das civilizações, a partir do exemplo da Civilização Islâmica. O conteúdo programático inclui: Liberdade de crença na legislação brasileira e na teologia islâmica; Diversidade cultural seus benefícios e contribuição da civilização islâmica.

MC4 – Espiritualidade e Cosmologia da Transformação: diversidade no novo paradigma ético-ambiental em Leonardo Boff

 20 e 21 de novembro de 2017, Auditório do Espaço Físico Integrado (EFI)

22 de novembro de 2017, Sala 215, Centro Socioeconômico (CSE)

 Ministrantes: Illyushin Zaak Saraiva (IF – Catarinense) e Maurício Tavares Pereira (IF – Farroupilha)

Resumo: A temática do curso perpassa a trajetória intelectual do Filósofo e Teólogo Leonardo Boff, com enfoque especial as suas obras a partir de 1993, que tratam do denominado Novo Paradigma Ecológico ou Cosmologia da Transformação. O curso se justifica por explicitar nas obras de Boff a proposta de criação do Ethos Mundial (consenso planetário mínimo), historicamente defendido pela Teologia da Libertação, ampliando a luta ao priorizar a defesa de todas as formas de vida, a defesa da Mãe Terra (Gaia) e seu ecossistema. O objetivo do curso é divulgar a terceira fase da produção de Boff, ainda relativamente pouco conhecida. O conteúdo programático se divide em três dias, sendo no dia 20/11 uma Introdução ao Pensamento de Leonardo Boff e a mudança para o paradigma ecológico; no dia 21/11 as bases teóricas do novo paradigma pós antropocêntrico; e no dia 22/11 o ecossocialismo como alternativa ao capitalismo e como proposta ética, e os princípios da carta da Terra.

MC5 – Estratégias afirmativas da diversidade e direitos étnico-raciais no Vale do Rio Guaribas: Análises críticas acerca das Mostras Piauhy Afro-indígenas na Faculdade R.Sá e Universidade Federal do Piauí [CANCELADO]

 20 de novembro de 2017, Sala Henrique Fontes, Biblioteca Central

21 de novembro de 2017, Auditório do Centro de Educação (CED)

22 de novembro de 2017, Sala Henrique Fontes, Biblioteca Central

 Ministrante: Paulo Fernando Mafra de Souza Junior (Universidade Federal do Piauí)

Resumo: Problematizando as corporalidades dissidentes, analisam-se as políticas do corpo que desenham as estratégias afirmativas da diversidade e direitos étnico-raciais nos tempos-espaços acadêmicos. Justifica-se pela polêmica visibilidade da estética anarquista do corpo-arte e ética contra-hegemônica da multidão transgressora do capital farmacopornográfico. Conteúdo programático: 1) Discussão teórico-metodológica da transdisciplinaridade acerca da questão afro-indígena; 2) Demandas estratégico-afirmativas dos direitos entre movimentos sociais, corpos docentes e discentes na execução da I, II, III e IV Mostra Piauhy Afro-indígena; 3) Análises críticas das (re)produções fotográficas e audiovisuais das performances realizadas em trabalhos acadêmicos.

MC6 – História do Esoterismo Ocidental: conceitos e metodologia

 20 de novembro de 2017, Sala 413 CCE-Bloco B

21 de novembro de 2017, Sala 413 CCE-Bloco B

22 de novembro de 2017, Sala 413 CCE-Bloco B

 Ministrante: Marcelo Leandro de Campos (FAC e Mestre em Ciências da Religião pela PUC/Campinas)

 Resumo: A proposta desse mini-curso é de apresentar e discutir as linhas teórico-metodológicas para a análise e produção de trabalhos científicos dentro do âmbito da História do Esoterismo Ocidental, bem como uma visão panorâmica de sua produção historiográfica, destacando seus principais autores e as temáticas trabalhadas hoje na academia. Desde o final da década de 1990, com a formação da ESSWE (European Society for Study of Western Esotericism), uma rica produção acadêmica tem se debruçado sobre as influências e dinâmicas das correntes mágico-herméticas e esotéricas no ambiente de constituição e afirmação da moderna cultura ocidental, trazendo importantes contribuições para a história cultural do Renascimento, do Iluminismo e da emergência das novas espiritualidades a partir da década de 1960. Autores como Wouter Hanegraaff, Antoine Faivre, Kocku Stuckrad e Paul Heelas são referências de crescente importância em trabalhos nos campos de antropologia, sociologia, história e ciências da religião, e esse campo tem conquistado um importante espaço em eventos da IAHR (International Association for the History of Religion). No Brasil, o campo de História do Esoterismo Ocidental é ainda pouco conhecido; de forma pioneira, seus autores têm sido tema de algumas disciplinas na pós-graduação em Ciências da Religião de universidades como a PUCSP e a UFPB.

MC7 – Identidades e expressões transgêneras no mundo contemporâneo: Pessoas, lugares, falas e resistências

 20 de novembro de 2017, Sala 201, Centro Socioeconômico (CSE)

21 de novembro de 2017, Sala 209, Centro Socioeconômico (CSE)

22 de novembro de 2017, Auditório de Física (F212), Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM)

 Ministrante: Letícia Lanz (Mestra em Sociologia pela UFPR, fundadora do Movimento Transgente e Diretora da Associação Brasileira de Pessoas Transgêneras (ABRAT))

 Resumo: Objetiva-se trazer aos participantes as principais ferramentas conceituais e instrumentais necessárias para compreender e administrar, no dia-a-dia, questões de gênero, particularmente relacionadas à condição transgênera, na família, na escola, na saúde, no trabalho e na comunidade. Os conteúdos incluem: 1. Identidade de Gênero e Mudanças Estruturais da Sociedade Contemporânea; 2. Sexo, gênero e orientação sexual – revisão histórica e conceitual; 3. Problemas de gênero; 4. A pessoa transgênero; 5. Práticas Inclusivas: entendimento, aceitação, convívio e atendimento de pessoas gênero-divergentes na família, na escola, na saúde, no trabalho e na comunidade.

MC8 – Introdução às Fontes Para o Estudo da Mitologia Nórdica

 20, 21 e 22 de novembro de 2017, Auditório Henrique Fontes,

Bloco B, Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

 Ministrante: Me. Pablo Gomes de Miranda (PPGCR-UFPB/NEVE)

 Resumo: Através do nosso minicurso buscaremos ofertar uma introdução aos estudos de Mitologia Nórdica, com foco em suas principais fontes medievais, necessárias às investigações no âmbito acadêmico. O objetivo é apresentar ao público as possibilidades de pesquisa, conferindo especial atenção à base oral poética e às produções mitográficas. Abordaremos tais fontes sob uma perspectiva historiográfica, apresentando um quadro de conexões sobre o desenvolvimento dessas fontes na cultura escandinava medieval, bem como os panoramas sócio-políticos que possibilitaram os registros de seu conteúdo até os nossos dias. Conteúdo programático: primeiro dia – apresentação de um quadro geral sobre as fontes da Mitologia Nórdica: Poemas, Sagas, Crônicas e Eddas. Segundo dia – as narrativas dos escaldos nórdicos e da Edda Poética. Terceiro dia – o mito na Edda em Prosa, nas sagas e nas fontes latinas.

MC9 – Metodologia em Ciência da Religião

 20 de novembro de 2017, Sala 205, Centro Socioeconômico (CSE)

21 de novembro de 2017, Sala 252, Bloco A, Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

22 de novembro de 2017, Sala Hary Laus, Biblioteca Central

 Ministrante: Fábio Stern (Doutorando, PUC/SP)

Resumo: Esse curso demonstrará como cientistas da religião construíram métodos próprios de pesquisar religiões, desde o surgimento da ciência da religião. Trabalharemos com um recorte específico de autores que escreveram dentro de genealogias intelectuais da ciência da religião enquanto ciência autônoma. Quatro tipos metodológicos serão apresentados: (1) modelos empíricos, (2) métodos comparativos, (3) métodos classificatórios e (4) a atitude metodológica frente ao objeto. Esse curso se justifica pela necessidade da ciência da religião brasileira conhecer as questões que envolvem seus debates metodológicos internacionais, visto que a discussão sobre metodologias próprias do campo não serem comuns nos cursos de ciência da religião do Brasil. No primeiro dia a ciência da religião será apresentada como um campo independente, debatendo os ganhos profissionais dessa alegação. No segundo dia discutiremos a atitude metodológica frente ao objeto, além de um panorama sobre as pesquisas empíricas em ciência da religião. No último dia os métodos comparativos e classificatórios serão abordados.

 MC10 – Neopaganismo em perspectiva histórica: os casos da Wicca, do Druidismo e da Ásatrú

 20 de novembro de 2017, Sala 206, Centro Socioeconômico (CSE)

21 de novembro de 2017, Auditório Elke Hering, Biblioteca Central

22 de novembro de 2017, Auditório Elke Hering, Biblioteca Central

 Ministrantes: Karina Oliveira Bezerra (PPGCR/UNICAP) e Dannyel de Castro (PPGCR/UEPA)

Resumo: O curso objetiva compreender o processo histórico empreendido pelo Neopaganismo, um dos complexos novos movimentos religiosos que emergiram na sociedade ao longo do século XX. Para tanto, investigaremos a história das três expressões neopagãs de maior visibilidade social no mundo: Wicca, Druidismo e Ásatrú. O Neopaganismo é um movimento de resgate de antigas religiões, sobretudo pré-cristãs, que se caracteriza por uma visão de mundo centrada no politeísmo, animismo e panteísmo, observando a natureza como sagrada. Um contexto fértil para o ressurgimento do paganismo foi propiciado pelo romantismo europeu e pelas ordens e grupos esotéricos do século XIX. Posteriormente as religiões neopagãs foram estruturadas e difundidas no período da contracultura, através da qual os valores do ambientalismo e do feminismo, por exemplo, encontraram especial aceitação entre tais religiões. Em três dias de curso, verificaremos tal processo histórico a partir dos casos específicos das três religiões citadas.


OFICINAS – 8h00 às 9h30

  Oficina 1 – Confeccionando zines: representação feminina no universo de trabalho

 20 de novembro de 2017, Auditório do Espaço Físico Integrado (EFI)

 Ministrante: Emilly Fidelix (UFSC)

Resumo: Quantas mulheres são ícones na sua área de estudo/profissional? Seja por questões históricas ou culturais, tratar da história das mulheres é discorrer sobre o silêncio. Ocupando espaços menos privilegiados de introdução no mundo profissional e intelectual, coube à mulher, durante séculos, o domínio íntimo do campo doméstico e privado. A história das mulheres, nesse sentido, age enquanto um resgate – a partir do presente – de um passado de confinamento, mais que de esquecimento. É nesse sentido que uma abordagem pautada nas relações entre a mulher e o mundo do trabalho visa não somente preencher lacunas produzidas por uma história elaborada predominantemente por homens, mas refletir sobre esses espaços vazios de representação feminina. Esta oficina, portanto, pretende uma reavaliação do papel da mulher na história do trabalho, nas mais diversas áreas, através de uma perspectiva central específica: analisar, pesquisar e conhecer mulheres pioneiras ou ícones na carreira que optaram. Paralelo a isso, serão produzidos, em pequenos grupos, zines (espécie de revista feita de forma manual, muito utilizada por artistas que estavam à margem dos cânones e que mimeografavam bem como adicionavam frases recortadas para divulgar suas artes), que explorem e divulguem a trajetória e existência dessas mulheres, bem como dos termos tratados durante a oficina. A abordagem a ser utilizada, desse modo, objetiva que se conheça, valorize e se (re)conheça de forma dinâmica nomes femininos e sua importância para a sociedade onde viveram.

Oficina 2 – Dizeres revolucionários: quando a cruz tomba, quando as amarras se esfacelam, quando a mulher se liberta

 21 de novembro de 2017, Auditório Henrique Fontes, Bloco B, Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

 Ministrantes: Ana Paula Alves Correa (UFSC) e Elivélton Assis Krümmel (UFSC)

Resumo: No cristianismo, religião com maior número de adeptos no Brasil, temos transitando pelo interdiscurso à imagem de Maria que, no Evangelho, é referenciada a partir de posições, tais como: mulher de fé, mãe da comunidade, esposa exemplar.  Esta oficina justifica-se pela necessidade de refletirmos sobre como essa(s) memória(s) ressurgem, significando e produzindo sentidos, seja em depoimentos de mulheres que foram torturadas na ditadura militar brasileira, seja pelo viés de materialidades que insistem em carregar essa formação discursiva cristã. Podemos afirmar que, na sociedade, em que estão inseridos esses sujeitos, a história, uma vez insignificada, pode se repetir, causando danos e traumas superiores, como um sintoma, um mal-estar que, embora esteja esquecido, silenciado, pode voltar. Objetivamos, a partir dessa oficina, criar um espaço em que possamos ler e interpretar diferentes materialidades, no intuito de desmistificar a imagem da mulher por meio das reflexões empreendidas.

Oficina 3 – Empoderamento dos Povos de Matrizes Africanas

 20 de novembro de 2017, Auditório Henrique Fontes, Biblioteca Central

21 de novembro de 2017, Auditório Elke Hering, Biblioteca Central

 Ministrantes: Fernando Lupercio Klingelfus (PPLE) e Leonardo Bomfim (PPLE)

 Resumo: Traçamos como meta o empoderamento dos povos de matrizes africanas e suas lideranças, como forma de instigar uma emancipação individual e também a consciência coletiva. Com esse empoderamento, iremos dar a liberdade e devolver dignidade de controlar e decidir seu próprio destino, através da representação política com base na formação de uma bancada com lideranças desta comunidade nas Câmaras de Vereadores, Prefeituras, Governo de Estado, Câmara Federal, Estadual, senado e até presidência da república. Com isso, teremos como cobrar de nossos representantes todas nossas necessidades, sabendo que esses representantes terão sensibilidade e conhecimento sobre nossa cultura e ancestralidade, bem como sobre todas as nossas dificuldades. No primeiro dia faremos uma apresentação da palestra através de slides, apresentando estatísticas no contexto religioso e social. No segundo dia, faremos um debate para discutirmos todo conteúdo, com foco na formação social.

Oficina 4 – História e Mito: narrativas míticas como fontes para a Pesquisa e o Ensino

 21 de novembro de 2017, Auditório do Espaço Físico Integrado (EFI)

22 de novembro de 2017, Sala Henrique Fontes, Biblioteca Central

 Ministrantes: Daniel Lula Costa (UFSC), Janaína Zdebskyi (UFSC) e Raisa Sagredo (UFSC)

Resumo: A oficina se propõe a introduzir o tema dos estudos sobre mitos, no campo da História, mas que também encontra diálogo com a área de ciência das religiões, trazendo contribuições teóricas e metodológicas de como trabalhar com esse tipo de fontes para produção de pesquisa e para o ensino de história, bem como o ensino religioso. O objetivo central da oficina é instrumentalizar os participantes para que possam analisar textos que trazem narrativas míticas, compreendendo que a análise dessas ontes permite conhecer diversos aspectos sobre os povos que compartilharam desses mitos, desde sua religião, cultura, a forma como se relacionavam com o universo e com a natureza, além de perceber questões políticas e sociais de como esses povos percebiam a si mesmo e aos outros, suas leis e formas de hierarquia social e conhecer os conflitos e alianças que estabeleciam.

Oficina 5 – Interface entre as tradições de matrizes africanas e os sambas no Brasil

 20 de novembro de 2017, Auditório Henrique Fontes, Bloco B, Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

 Ministrantes: Marcelo da Silva (UFRS) e Verônica Kimura (UDESC)

 Resumo: Quem transita entre terreiros de umbanda e de candomblé, não pode deixar de perceber que muitas das músicas cantadas pelos seus adeptos hoje, pela assistência do terreiro e pelos próprios espíritos que irrompem nas casas e templos das tradições de matrizes africanas para fazerem a caridade, para recontar suas histórias a partir de seus feitos são sambas, sambas de roda, sambas de terreiro, entre outros subgêneros deste gênero popular brasileiro conhecido mundialmente. Esta oficina tenta dar conta desses universos musicais distintos na contemporaneidade, do samba como um gênero musical que transborda sua atuação aos círculos performáticos, as rodas de samba, as quadras das escolas de samba, para chegar até os terreiros de umbanda e de candomblé, ao mesmo tempo em que esses fluxos e refluxos reverberam na produção musical de artistas famosos como Clara Nunes e Zeca Pagodinho, entre outros, que cantam amiúde a tradição dos orixás, enquanto narrativas que compõe a socialidade do brasileiro e das brasileiras, no contexto entre os terreiros e das rodas de samba. Neste encontro entre dimensões supostamente distintas de domínios sociais como música e religião, reside a sonoromusicorporalidade, enquanto conceito norteador e enunciador de uma nova epistemologia; a epistemologia de Exu.

Oficina 6 – Oficina de Constelações Familiares Sistêmicas e Fenomenológicas

 21 e 22 de novembro de 2017, Sala Hary Laus, Biblioteca Central

 Ministrante: Marcelo Leandro de Campos (FAC e Mestre em Ciências da Religião pela PUC/Campinas)

 Resumo: Constelações Familiares é um método psicoterapêutico desenvolvido pelo alemão Bert Hellinger e pela norte-americana Virginia Satir. A partir de uma abordagem sistêmica e fenomenológica, o método se propõe a trabalhar dinâmicas que o indivíduo herda de seu “campo familiar” e que afetam diretamente seus relacionamentos, carreira e comportamento. As Constelações Familiares se afirmaram no campo das terapias breves; o método é hoje utilizado com muito sucesso no campo jurídico, em processos de conciliação nas varas de família. As Constelações Familiares têm sido apropriadas por diversas religiosidades: é praticada entre os católicos como um exercício de espiritualidade sistêmica; por espiritas kardecistas, responsáveis por uma crescente produção literária sobre o tema, e por diversas espiritualidades xamânicas, onde recebe o título de Constelação Xamânica. Em resumo, é um importante objeto de estudos do fenômeno das intersecções e relações reversivas entre práticas terapêuticas e espiritualidade. O objetivo da oficina é apresentar de maneira didática os principais conceitos do método terapêutico, como o Campo Morfogenético e as Três Leis do Amor, e as interpretações sistêmicas das dinâmicas familiares. Procura-se fazer uma demonstração prática do método, na forma de Exercícios Sistêmicos, permitindo a experiência de observação participante.

Oficina 7 – Prática Meditativa na Raja Yoga

 22 de novembro de 2017, Auditório Elke Hering, Biblioteca Central

 Ministrantes: Patrícia Dias Pantoja (UFRGS) e Gustavo Ruiz Chiesa (Universidade Federal do Pampa)

 Resumo: O objetivo desta oficina é proporcionar um espaço para prática e diálogo acerca do tema meditação, utilizando como referência os ensinamentos da Raja Yoga. A Raja Yoga representa o caminho mais completo da Yoga, combinando a essência de todos os outros caminhos. Os ensinamentos têm origem na milenar filosofia Védica, tendo o Bhagavad Gita como escritura básica. Este método da Yoga foi formalmente sistematizado pelo sábio Patanjali, que definiu oito passos pelos quais se pode alcançar a união de nossa consciência individual com a Consciência Cósmica, compreendendo a natureza da realidade. Essa prática ajuda a restringir a turbulência dos pensamentos, melhorando a concentração e auxiliando na evolução da consciência para um estado de paz profunda e alegria sempre nova (bem-aventurança). Nesta oficina, serão abordados alguns dos aspectos históricos e culturais desses ensinamentos, bem como o seu funcionamento, e ocorrerá uma prática de meditação e troca de experiências sobre o tema.

Oficina 8 – Respeito às diversidades, etnografia e experiência religiosa

 22 de novembro de 2017, Auditório Henrique Fontes, Bloco B, Centro de Comunicação e Expressão (CCE)

 Ministrante : Alberto Groisman (UFSC)

 Resumo: A oficina será voltada para a reflexão sobre a pesquisa associada à experiência religiosa e o respeito às diversidades, considerando especialmente a inspiração etnográfica como motivação. Esta reflexão procura repercutir o crescente interesse pela etnografia como forma de análise e evocação de pesquisas que não se situam no campo da antropologia. Neste sentido, buscará permitir um diálogo entre pesquisadore(a)s de religião, religiões e religiosidades considerando aspectos éticos, epistemológicos e analíticos. Mas, particularmente, tomará a pesquisa como um campo político no qual relações e redes estabelecidas, e eventos vividos pelo(a)s pesquisadore(a)s são substrato da produção do conhecimento, e se desdobram em textos dialógicos, nos quais a a auto-reflexividade são fundamentais.

Oficina 9 – Técnicas de pesquisa qualitativa no contexto das questões religiosas

 20 de novembro de 2017, Sala Hary Laus, Biblioteca Central

 Ministrantes: Emilly Lopes (UFSC) e Virgínia Levy (UFSC)

Resumo: As vivências religiosas são um campo de pesquisa privilegiado para as Ciências Humanas, o que requer uma abordagem perspectiva interdisciplinar. Partindo dessa premissa, esta oficina tem como proposta geral discutir as possibilidades metodológicas para pesquisas relacionadas à religião. Com foco na pesquisa qualitativa, debateremos os diferentes modos de produzir conhecimento, bem como os limites éticos impostos pelo próprio objeto. Por meio do diálogo entre pesquisadores de diferentes áreas e variadas possibilidades metodológicas, acreditamos ser possível colocar os estudos em perspectiva e torná-los mais críticos. Dessa forma, a oficina se utilizará de recursos didáticos (como exercícios práticos, exposição de conceitos e debate) que favoreçam a discussão, a troca de experiências e a importância de se relativizar o próprio ponto de vista, estabelecendo uma postura empática com o outro.